Matriz densidade

Mecânica quântica
Δ x Δ p 2 {\displaystyle {\Delta x}\,{\Delta p}\geq {\frac {\hbar }{2}}}
Princípio da Incerteza
Introdução à mecânica quântica

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Em mecânica quântica, uma matriz densidade, ou operador densidade, é uma matriz semidefinida positiva auto-adjunta (ou Hermitiano), (dimensionalmente possivelmente infinita), de traço um, que descreve o estado estatístico de um sistema quântico. O formalismo foi introduzido por John von Neumann (e de acordo com outras fontes, independentemente por Lev Landau e Felix Bloch) em 1927.

Estados mistos e puros

Quando uma medida é operada em um sistema quântico, ela só possui sentido se for utilizado o conceito de média de ensemble, ou seja, sistemas a priori identicamente preparados. Após a realização da medida obtêm-se uma caracterização estatística dos constituintes do estado final total, composto por todos os subsistemas onde a medição fora realizada. Por exemplo, após a realização de um experimento Stern-Gerlach, sabemos que o estado físico do feixe de átomos de prata após a interação com o campo magnético externo possui uma população de 50% dos seus átomos colapsados em um estado de spin para cima e a parcela restante, também composta por 50%, possui spin para baixo. Entretanto, ao sair do forno, ou em outras palavras, antes da medição, não podemos caracterizar os estados físicos dos átomos que constituem o feixe; o spin individual de cada átomo pode estar apontando para qualquer direção, utilizando termos gerais, o estado físico é randômico.

Para o caso dos sistemas físicos onde não ocorreu uma medição, sabemos que eles são compostos por um número finito de constituintes, de forma que podemos atribuir um peso a sua população relativa de um dado estado particular, ou seja,

| a = p 1 | 1 + p 2 | 2 + . . . + p N | N = m = 1 N p m | m {\displaystyle |a\rangle =p_{1}|1\rangle +p_{2}|2\rangle +...+p_{N}|N\rangle =\sum _{m=1}^{N}p_{m}|m\rangle }

Nesta equação, | a {\displaystyle |a\rangle } é o ket que representa o sistema físico antes de uma medida, os coeficientes p m {\displaystyle p_{m}} configuram os pesos dados pela população fracionária que possui em comum a representação do ket | n {\displaystyle |n\rangle } e N é o número de indivíduos no ensemble, ou o número de sistemas identicamente preparados. Nesse caso, deve-se tomar cuidado para não confundir o número de indivíduos que compõem o sistema com a dimensão do espaço gerado pelos autovetores de um dado observável, N geralmente supera com folga a dimensão do auto-espaço de um dado operador.  Como estamos tratando de uma população fracionária, obviamente, a soma dos pesos deve ser a unidade. Somos impostos a condição

m = 1 N p m = 1 {\displaystyle \sum _{m=1}^{N}p_{m}=1}

Além disso, não se tem nenhuma informação geométrica dos kets mediados pelos p n s . {\displaystyle p_{n}'s.} Eles podem muito bem ser ortogonais entre si, como não, podem ser autovetores de um operador em comum como também o podem não ser e nem sabemos se os operadores que os representam são compatíveis ou não. Sendo assim, podemos definir a natureza estatística deste conjunto; antes de realizarmos a medida em um sistema composto pela população de estados físicos, considerando que exista mais de um p n {\displaystyle p_{n}} diferente de zero, dizemos que | a {\displaystyle |a\rangle } configura um ensemble misto. Agora, após a realização de uma medida, podemos analisar em sua totalidade a parte da população fracionária caracterizada por um certo estado físico em comum, ou seja, a coletânea de sistemas físicos tais quais são representadas por um único ket. Para este último caso, damos o nome de ensemble puro. Ou seja, um ensemble misto é composto por uma coleção de ensembles puros.

Construção do Operador Densidade

Considerando a medida de algum observável, essa o qual só será possibilitada a partir de uma média sobre ensembles, como por exemplo o observável G ^ {\displaystyle {\hat {G}}} , que na construção formal da mecânica quântica é um operador, obtemos para sua média G ¯ , {\displaystyle {\bar {G}},}

G ¯ = m = 1 N p m m | G ^ | m = m = 1 N p m m | G ^ 1 ^ | m = m = 1 N g p m m | G ^ | g g | m {\displaystyle {\bar {G}}=\sum _{m=1}^{N}p_{m}\langle m|{\hat {G}}|m\rangle =\sum _{m=1}^{N}p_{m}\langle m|{\hat {G}}{\hat {1}}|m\rangle =\sum _{m=1}^{N}\sum _{g}p_{m}\langle m|{\hat {G}}|g\rangle \langle g|m\rangle }

Valendo a equação de autovalores G ^ | g = g | g {\displaystyle {\hat {G}}|g\rangle =g|g\rangle } , obtêm-se,

G ¯ = m = 1 N g p m | g | m | 2 g {\displaystyle {\bar {G}}=\sum _{m=1}^{N}\sum _{g}p_{m}|\langle g|m\rangle |^{2}g}

A partir deste resultado, deve-se alertar a construção de duas estatísticas independentes na obtenção de uma única medida, os pesos populacionais de cada estado físico, compõem uma abordagem estatística que acaba mediando a média de ensemble das previsões quânticas, que também constituem um escopo estatístico em si.

O formalismo quântico permite quantas mudanças de base forem necessárias, de forma que podemos escrever,

G ¯ = m = 1 N p m m | 1 ^ G ^ 1 ^ | m = m = 1 N p m i j m | i i | G ^ | j j | m = i j ( m = 1 N p m j | m m | i ) i | G ^ | j {\displaystyle {\bar {G}}=\sum _{m=1}^{N}p_{m}\langle m|{\hat {1}}{\hat {G}}{\hat {1}}|m\rangle =\sum _{m=1}^{N}p_{m}\sum _{i}\sum _{j}\langle m|i\rangle \langle i|{\hat {G}}|j\rangle \langle j|m\rangle =\sum _{i}\sum _{j}\left(\sum _{m=1}^{N}p_{m}\langle j|m\rangle \langle m|i\rangle \right)\langle i|{\hat {G}}|j\rangle }

O termo destacado entre parenteses é definido como elemento de matriz de um certo operador hermitiano, denominado matriz densidade ou ainda, operador densidade ρ ^ , {\displaystyle {\hat {\rho }},}

ρ i j = i | ρ ^ | j = m = 1 N p m i | m m | j {\displaystyle \rho _{ij}=\langle i|{\hat {\rho }}|j\rangle =\sum _{m=1}^{N}p_{m}\langle i|m\rangle \langle m|j\rangle }

Sendo assim, a forma geral do operador é dada por,

ρ m = 0 N p m | m m | {\displaystyle \rho \equiv \sum _{m=0}^{N}p_{m}|m\rangle \langle m|}

Considerando esta construção, a expressão para G ^ {\displaystyle {\hat {G}}} toma uma forma muito mais compacta,

    G ^ = i j j | ρ ^ | i i | G ^ | j = j j | ρ ^ i | i i | 1 ^ G ^ | j = j j | ρ ^ G ^ | j = T r [ ρ ^ g ^ ] {\displaystyle {\hat {G}}=\sum _{i}\sum _{j}\langle j|{\hat {\rho }}|i\rangle \langle i|{\hat {G}}|j\rangle =\sum _{j}\langle j|{\hat {\rho }}\underbrace {\sum _{i}|i\rangle \langle i|} _{\hat {1}}{\hat {G}}|j\rangle =\sum _{j}\langle j|{\hat {\rho }}{\hat {G}}|j\rangle =Tr[{\hat {\rho }}{\hat {g}}]}

Onde a operação T r [ ρ ^ g ^ ] {\displaystyle Tr[{\hat {\rho }}{\hat {g}}]} corresponde ao traço do operador resultante do cálculo de ρ ^ G ^ {\displaystyle {\hat {\rho }}{\hat {G}}} , ficando assim explicita o poder generalizado desta construção: o traço independe da representação.

Resumidamente, encontramos que a média sobre ensemble de um observável G ^ {\displaystyle {\hat {G}}} é dada por,

G ¯ = T r [ ρ ^ G ^ ] {\displaystyle {\bar {G}}=Tr[{\hat {\rho }}{\hat {G}}]}

Agora, analisando o traço do operador identidade separadamente, temos que,

T r [ ρ ^ ] = j m = 0 N p m j | m m | j = m = 0 N p m m | ρ ^ ( j | j j | ) 1 ^ | m = m = 0 N p m m | m 1 = 1 {\displaystyle Tr[{\hat {\rho }}]=\sum _{j}\sum _{m=0}^{N}p_{m}\langle j|m\rangle \langle m|j\rangle =\sum _{m=0}^{N}p_{m}\langle m|{\hat {\rho }}\underbrace {\left(\sum _{j}|j\rangle \langle j|\right)} _{\hat {1}}|m\rangle =\sum _{m=0}^{N}p_{m}\underbrace {\langle m|m\rangle } _{1}=1}

Agora, para um ensemble puro, onde a população relativa torna-se total, com p 1 = 1 , {\displaystyle p_{1}=1,} teremos a matriz densidade ρ ^ P , {\displaystyle {\hat {\rho }}_{P},}

    ρ ^ P = | m m | {\displaystyle {\hat {\rho }}_{P}=|m\rangle \langle m|}  

Daí, tem-se que,

ρ ^ P ρ ^ P = ρ ^ P 2 = | m m | m 1 m | = | m m | = ρ ^ P {\displaystyle {\hat {\rho }}_{P}{\hat {\rho }}_{P}={\hat {\rho }}_{P}^{2}=|m\rangle \underbrace {\langle m|m\rangle } _{1}\langle m|=|m\rangle \langle m|={\hat {\rho }}_{P}}

Ou seja, ρ ^ P {\displaystyle {\hat {\rho }}_{P}} é um projetor,

ρ ^ P 2 = ρ ^ P ρ ^ P ( ρ ^ P 1 ^ ) = 0 {\displaystyle {\hat {\rho }}_{P}^{2}={\hat {\rho }}_{P}\rightarrow {\hat {\rho }}_{P}({\hat {\rho }}_{P}-{\hat {1}})=0}

Então, somente para um estado puro,

T r [ ρ ^ P 2 ] = 1 {\displaystyle Tr[{\hat {\rho }}_{P}^{2}]=1}

Sendo assim, os autovalores associados ao operador densidade de ensembles puros deve sempre ser zero ou um, de forma que quando diagonalizamos a matriz densidade esperamos encontrar um objeto matemático na forma de,

ρ ^ P ( 0 . . . 0 0 0 . . . 0 . . . 0 0 0 . . . 0 0 . . . 0 1 0 . . . 0 . . . 0 0 0 . . . 0 0 . . . 0 0 0 . . . 0 ) {\displaystyle {\hat {\rho }}_{P}\doteq {\begin{pmatrix}0&...&0&0&0&...&0\\\vdots &...&0&0&0&...&0\\0&...&0&1&0&...&0\\\vdots &...&0&0&0&...&0\\0&...&0&0&0&...&0\end{pmatrix}}}

Em contrapartida, um ensemble totalmente misto deve possuir a matriz densidade ρ ^ M {\displaystyle {\hat {\rho }}_{M}} , com a estrutura,

ρ ^ M 1 N ( 1 . . . 0 0 0 . . . 0 . . . 1 0 0 . . . 0 0 . . . 0 1 0 . . . 0 . . . 0 0 1 . . . 0 0 . . . 0 0 0 . . . 1 ) = 1 N 1 ^ N {\displaystyle {\hat {\rho }}_{M}\doteq {\frac {1}{N}}{\begin{pmatrix}1&...&0&0&0&...&0\\\vdots &...&1&0&0&...&0\\0&...&0&1&0&...&0\\\vdots &...&0&0&1&...&0\\0&...&0&0&0&...&1\end{pmatrix}}={\frac {1}{N}}{\hat {1}}_{N}}

É obvia a confrontação frente duas matrizes diagonais N-dimensionais, sujeitas a mesma condição de normalização, que representam objetos físicos diametralmente opostos. É conveniente então a definição de uma grandeza que distingua as qualidades físicas intrínsecas a cada objeto. Com este espírito, defini-se a Entropia de Von Neumann,

S k B T r [ ρ ^ l n ρ ^ ] {\displaystyle S\equiv -k_{B}Tr[{\hat {\rho }}ln{\hat {\rho }}]}

Como todos os elementos não diagonais de ambas as matrizes são nulos, pode-se escrever a forma diagonal da entropia,

S = k B n = 0 N ρ n n l n ρ n n {\displaystyle S=-k_{B}\sum _{n=0}^{N}\rho _{nn}ln\rho _{nn}}

Para um ensemble completamente misto, teremos a entropia S M {\displaystyle S_{M}} , dada por,

    S M = k B n = 0 N ρ n n l n 1 ρ n n = n = 1 N 1 N l n N = l n N {\displaystyle S_{M}=k_{B}\sum _{n=0}^{N}\rho _{nn}ln{\frac {1}{\rho _{nn}}}=\sum _{n=1}^{N}{\frac {1}{N}}lnN=lnN}

Em contrapartida, o operador densidade relacionado a um estado puro, resulta em uma entropia S P {\displaystyle S_{P}} nula,

    S P = l n ( 1 ) = 0 {\displaystyle S_{P}=ln(1)=0}

É valida a observação de que nesta definição entropica, recupera-se a interpretação da medida de desordem de um sistema, o seu caos. Ludwig Boltzmann relacionou a saturação energética natural dos sistemas termodinâmicos, a entropia S, com o número de microestados possíveis  Ω {\displaystyle \Omega } que podem ser acessados ao mesmo, apresentando a equação que hoje consta em sua lápide, S = k B l n Ω {\displaystyle S=k_{B}ln\Omega } . Sendo assim, para pequenos valores de Ω {\displaystyle \Omega } , tem-se uma baixa entropia, além de que para um único estado possível, Ω = 1 {\displaystyle \Omega =1} , ocasiona entropia nula, correspondentemente idêntico ao caso puramente quântico explicitado na entropia de Von Neumann para um estado puro.

Progressão temporal de um Ensemble estatístico

A fim de avaliar a evolução temporal do operador densidade, é possível tomar sua derivada temporal, onde aprioristicamente não é considerada uma dependência exclusivamente temporal. Além disso, as populações mantém-se estáticas, sendo assim,

t ρ ^ = i = 0 N t p i | i i | = i = 0 N p i [ ( t | i ) i | + | i ( t i | ) ] {\displaystyle {\frac {\partial }{\partial t}}{\hat {\rho }}=\sum _{i=0}^{N}{\frac {\partial }{\partial t}}p_{i}|i\rangle \langle i|=\sum _{i=0}^{N}p_{i}\left[\left({\frac {\partial }{\partial t}}|i\rangle \right)\langle i|+|i\rangle \left({\frac {\partial }{\partial t}}\langle i|\right)\right]}

Neste regime é valida a substituição heurística,

  i t H ^ {\displaystyle i\hbar {\frac {\partial }{\partial t}}\rightarrow {\hat {H}}}

Sendo assim, a derivada temporal assume a forma,

i t ρ ^ = i = 0 N p i ( H ^ | i i | | i i | H ^ ) = H ^ i = 0 N p i | i i | i = 0 N p i | i i | H ^ {\displaystyle i\hbar {\frac {\partial }{\partial t}}{\hat {\rho }}=\sum _{i=0}^{N}p_{i}\left({\hat {H}}|i\rangle \langle i|-|i\rangle \langle i|{\hat {H}}\right)={\hat {H}}\sum _{i=0}^{N}p_{i}|i\rangle \langle i|-\sum _{i=0}^{N}p_{i}|i\rangle \langle i|{\hat {H}}}

Ou seja, obtém-se,

    i t ρ ^ = [ H ^ , ρ ^ ] {\displaystyle i\hbar {\frac {\partial }{\partial t}}{\hat {\rho }}=[{\hat {H}},{\hat {\rho }}]}

Esta equação pode ser interpretada como o análogo quântico do teorema de Liouville.

Representação dos Ensembles Micro-Canônico e Canônico quânticos

A conexão entre a mecânica estatística e a mecânica quântica é motivada a partir do segundo postulado da termodinâmica,

Postulado II: Pode-se supor a existência de uma função, chamada entropia, que depende apenas das variáveis extensivas do problema, cujo máximo fornece a configuração de equilíbrio do sistema termodinâmico sob análise.

Levanto em frente as consequências do segundo postulado, pode-se extrair informações a respeito dos ensembles estatísticos a partir da extremização da entropia de Von Neumann, logo,

    δ S = 0 n = 0 N δ [ ρ m m l n ρ m m ] {\displaystyle \delta S=0\rightarrow \sum _{n=0}^{N}\delta [\rho _{mm}ln\rho _{mm}]}

É obrigada a restrição sobre este máximo de que a conservação da probabilidade seja confirmada, de forma que inclui-se a restrição,

    T r [ ρ ^ ] = n = 0 N ρ n n = 1 n = 0 N δ ρ n n = 0 {\displaystyle Tr[{\hat {\rho }}]=\sum _{n=0}^{N}\rho _{nn}=1\rightarrow \sum _{n=0}^{N}\delta \rho _{nn}=0}

Sendo assim, a junção entre a restrição imposta e a extremização da entropia é dada via multiplicadores de Lagrange,

δ S + γ δ T r [ ρ ] = n = 0 N ( l n ρ n n + 1 + γ ) = 0 {\displaystyle \delta S+\gamma \delta Tr[\rho ]=\sum _{n=0}^{N}\left(ln\rho _{nn}+1+\gamma \right)=0}

Se considerarmos uma variação arbitrária, ela só será possível se o objeto sobre soma for nulo de forma que encontramos,

    ρ n n = e γ 1 k {\displaystyle \rho _{nn}=e^{-\gamma -1}\equiv k}

Podemos determinar a constante k {\displaystyle k} a partir de uma simples normalização, obtendo k = 1 / N {\displaystyle k=1/N} , recupera-se então a expressão para ρ ^ M . {\displaystyle {\hat {\rho }}_{M}.}

Esse resultado confirma o sucesso da construção; em seu estado mais fundamental, ρ ^ M {\displaystyle {\hat {\rho }}_{M}} remonta o ensemble micro-canônico; nesse caso, se considerarmos que não existe degenerescência, cada estado é caracterizado por um ket específico configurando um microestado. Como o peso estatístico de cada microestado é o mesmo, 1 / N {\displaystyle 1/N} , encontra-se naturalmente a hipótese de microestados igualmente prováveis a priori, uma das hipóteses pioneiras no desenvolvimento de uma mecânica estatística consistente.

Embora tenha sido estabelecida a construção coerente da mecânica estatística quântica, um caso mais rico em aplicações pode ser obtido se somarmos uma restrição na extremização da entropia de Von Neumann,

    H ¯ = T r [ ρ H ^ ] U , {\displaystyle {\bar {H}}=Tr[\rho {\hat {H}}]\equiv U,}

ou seja, a média de energia possui um valor estabelecido. Sob mais esta condição, que remonta um sistema físico em equilíbrio térmico com uma fonte, teremos para uma maximação da entropia,

  n = 0 N δ [ ρ n n l n ρ n n + ρ n n + ρ n n β E n + γ ρ n n ] = 0 l n ρ m m + 1 + β E n + γ = 0 {\displaystyle \sum _{n=0}^{N}\delta [\rho _{nn}ln\rho _{nn}+\rho _{nn}+\rho _{nn}\beta E_{n}+\gamma \rho _{nn}]=0\rightarrow ln\rho _{mm}+1+\beta E_{n}+\gamma =0}

Sendo assim,

    ρ n n = C e β E n {\displaystyle \rho _{nn}=Ce^{-\beta E_{n}}}

Pode-se determinar a constante a partir de uma normalização direta, da qual obtém-se

    ρ n n = e β E n i = 1 N e β E i {\displaystyle \rho _{nn}={\frac {e^{-\beta E_{n}}}{\sum _{i=1}^{N}e^{-\beta E_{i}}}}}

A expressão no denominador remonta um conceito muito explorado na mecânica estatística clássica, a função partição Z , {\displaystyle Z,}

Z = i = 1 N e β E i = T r [ e β H ^ ] {\displaystyle Z=\sum _{i=1}^{N}e^{-\beta E_{i}}=Tr[e^{-\beta {\hat {H}}}]}

Sendo assim, a matriz densidade no ensemble canônico, é expressa por,

  ρ ^ = e β H ^ Z {\displaystyle {\hat {\rho }}={\frac {e^{\beta {\hat {H}}}}{Z}}}

Uma vez determinada a matriz densidade de um certo sistema físico, é possível analisar a magnitude dos seus valores médios. Se considerarmos o observável A ^ {\displaystyle {\hat {A}}} de interesse, teremos para o seu valor médio A ¯ , {\displaystyle {\bar {A}},}

A ¯ = T r ( e β H ^ A ^ ) Z {\displaystyle {\bar {A}}={\frac {Tr(e^{-\beta {\hat {H}}}{\hat {A}})}{Z}}}

Um caso específico a ser tratado nos problemas de mecânica estatística é a determinação da energia média de um sistema E ¯ , {\displaystyle {\bar {E}},} também chamada de energia interna U . {\displaystyle U.} Teremos,

    E ¯ = U = 1 Z T r [ e β H ^ H ^ ] = β l n Z {\displaystyle {\bar {E}}=U={\frac {1}{Z}}Tr[e^{-\beta {\hat {H}}}{\hat {H}}]=-{\frac {\partial }{\partial \beta }}lnZ}

Equivalentemente na mecânica estatística clássica, onde,

β = 1 k B T {\displaystyle \beta ={\frac {1}{k_{B}T}}}

Referências

  1. Sakurai, J. J., and Jim Napolitano. Mecânica Quântica Moderna. bookman, 2013.
  2. Pathria, R. K., and Paul D. Beale. "Statistical mechanics, 1996." Butter worth.
  3. Cohen-Tannoudji, Claude, Bernard Diu, and Franck Laloë. Claude Cohen-Tannoudji; Bernard Diu; Franck Laloë: Quantenmechanik. Vol. 1. Walter de Gruyter, 2013.
  4. Tokmakoff, Andrei. "5.74 Introductory Quantum Mechanics II, Spring 2009.(Massachusetts Institute of Technology: MIT OpenCourseWare)."
  • v
  • d
  • e
Classes de matriz
Elementos explicitamente restritos
Constante
Condições sobre
autovalores e autovetores
Satisfazendo condições
sobre produtos ou inversas
Com aplicações específicas
Usada em estatística
  • Bernoulli
  • Centro
  • Correlação
  • Covariância
  • Dispersão
  • Duplamente estocástica
  • Informação de Fisher
  • Projeção
  • Precisão
  • Estocástica
  • Transição
Usada em teoria dos grafos
Usada em ciência e engenharia
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