Acordos de Grenelle

Salão no Hôtel du Châtelet (7.º arrondissement de Paris) onde ocorreram as negociações dos acordos

Os acordos de Grenelle foram o resultado de negociações coletivas, realizadas por iniciativa do governo francês durante o Maio de 1968, que contou com representantes de sindicatos e organizações de empregadores (o patronato). Embora as partes não tenham chegado a um consenso, as principais medidas dos acordos seriam implementadas durante o governo do primeiro-ministro Georges Pompidou (1962-1968).

O texto integral da reunião está disponível no sítio do Ministério do Trabalho do governo francês sob o nome de "relatório" ou "acordo", especificando que este nunca foi assinado.[1]

As partes

Os acordos de Grenelle foram negociados durante os dias 25 e 26 de maio, em plena crise do Maio de 1968, por representantes do governo Pompidou, sindicatos e organizações patronais.

Governo

Entre os negociadores do governo estiveram presentes o primeiro-ministro Georges Pompidou, o ministro dos Assuntos Sociais Jean-Marcel Jeanneney, o secretário de estado dos Assuntos Sociais Jacques Chirac e o membro do gabinete de Pompidou Édouard Balladur.

Sindicatos

  • Confederação Geral do Trabalho (CGT): Benoît Frachon, Georges Séguy, André Berteloot, René Buhl, Henri Krasucki e Jean-Louis Moynot;[2]
  • Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT): Eugène Descamps, René Bonéty, Jean Maire, Paul Caspard, François Lagandré e René Mathevet;[3]
  • Força Operária: André Bergeron, Roger Louet, Pierre Tribié, membros do Confederal Bureau, Robert Degris (representando os ferroviários) e Antoine Laval (representando os metalúrgicos);
  • Confederação Francesa de Trabalhadores Cristãos (CFTC): delegação chefiada por Joseph Sauty e Jacques Tessier;[4]
  • Confederação Francesa de Executivos - Confederação Geral de Executivos (CFE-CGC): delegação chefiada por André Malterre, presidente do CGC, e Roger Millot;
  • Federação da Educação Nacional (FEN): James Marangé (secretário geral), Georges Aulong, Jean Gouzy e Jean Simon.

Patronato

Os empregadores (patronat),[5] na ausência de François Ceyrac que estava hospitalizado, foi representado por:

  • Conselho Nacional de Empregadores Franceses (CNPF): Paul Huvelin, chefe da Kléber-Colombes, Marcel Petiet do Sindicato das Indústrias e Comércios de Metalurgia (UIIM), Henri Faure (setor de construção), Jacques Ferry (siderurgia), Jacques Paquette (Comércio), Jean de Précigout (indústria têxtil) e François Peugeo;
  • Representantes das pequenas e médias empresas (PME): Daniel Gauban, Gustave Deleau, Aimé d'Oiron.

Resultados

Os "acordos" de Grenelle, concluídos em 27 de maio de 1968 no Hôtel du Châtelet, trouxem como resultados práticos:

  • Aumento de 35% do salário mínimo (salário mínimo interprofissional garantido) e em média de 10% para os demais salários;
  • Criação da seção sindical das empresas, promulgada pela lei de 27 de dezembro de 1968.

Referências

  1. Site du ministère du travail, page sur le constat de Grenelle consultée le 22/05/2018.
  2. Roger Martelli, Mai 68, Editora Messidor, 1988, p. 132 Grenelle. Cet auteur livre aussi la composition de la délégation CFDT.
  3. Albert Detraz mentionné par André Bergeron dans un entretien sur mai 1968 ne semble pas faire partie des délégués.
  4. R. Martelli, op. cit. et Quid-Dossiers de l'histoire, n. 1, 1988, p. 127.
  5. Roger Martelli et Quid-Dossier de l'histoire, op. cit.

Bibliografia

  • Barbet, Denis (2015). Grenelle Histoire politique d'un mot. Rennes: Presses universitaires de Rennes. OCLC 960808939 
  • Portal da França
Controle de autoridade
  • Wd: Q1615395
  • WorldCat
  • VIAF: 4179150203821703250001
  • BNF: 13510102m
  • SUDOC: 050322354