Ácido-álcool resistência

Mycobacterium tuberculosis (tingida de vermelho) em um contraste (azul de metileno).

Ácido-álcool resistência ou álcool-ácido resistência é a propriedade físico-química de algumas bactérias à resistência à descoloração da fucsina básica (vermelha) a qual penetra na célula por ação do fenol e do calor.[1][2]

As bactérias ácido-álcool resistentes não podem ser classificadas segundo a coloração de gram, a qual é a técnica mais comum na microbiologia contemporânea, entretanto podem ser tingidas com alguns corantes concentrados combinados com calor. Uma vez tingida tem a capacidade de resistir a descoloração de uma combinação de álcool-ácido, o qual é o descolorante mais comum nos protocolos de coloração de bactérias, de onde vem o nome álcool-ácido resistente.[2]

A alta concentração de ácido micólico na parede celular é a causante, como as bactérias do gênero Mycobacterium, da baixa absorção e alta retenção da coloração (fucsina). A forma mais comum para poder identificar este tipo de bactérias é através da técnica de coloração de Ziehl-Neelsen, onde a bactéria fica tingida em vermelho e se agrega uma coloração de contraste de azul de metileno a qual permite apreciar de melhor forma a bactéria contra um fundo azul. Outra técnica é o método Kinyoun[3] na qual a bactéria é colorida de vermelho claro e colocada contra um fundo verde. Batéria ácido-álcool resistentes podem ser visualizadas por microscopia de fluorescência usando corantes fluorescentes específicos (corante auramina-rodamina, por exemplo).[4] Algumas bactérias podem também ser parcialmente ácido-álcool resistentes.

Usa-se a característica de ácido-álcool resistência para a identificação de organismos patológicos, entre eles o Mycobacterium leprae.[5]

Estruturas biológicas ácido-álcool resistentes

Genêros de bactérias ácido-álcool resistentes

É muito limitado o número de gêneros de bactérias ácido-álcool resistentes

  • Mycobacterium
  • Nocardia

Outros

  • "Cabeça" de espermatozoides
  • Esporos bacterianos
  • Cistos de Cryptosporidium parvum, Isospora e Cyclospora

Referências

  1. Madison B (2001). "Application of stains in clinical microbiology". Biotech Histochem 76 (3): 119-25. doi:10.1080/714028138. - www.ncbi.nlm.nih.gov (em inglês)
  2. a b Ryan KJ; Ray CG (editors) (2004). Sherris Medical Microbiology, 4th ed., McGraw Hill. ISBN 0-8385-8529-9.
  3. «PESQUISA DE BACILO ÁLCOOL - ÁCIDO RESISTENTE – BAAR - www.pncq.org.br». Consultado em 11 de junho de 2008. Arquivado do original em 30 de novembro de 2006 
  4. Abe C (2003). "Standardization of laboratory tests for tuberculosis and their proficiency testing". Kekkaku 78 (8): 541-51. - www.ncbi.nlm.nih.gov (em inglês)
  5. Ruy N. Miranda, et al; Cultivo de micobactérias em plasma humano; Anais Brasileiros de dermatologia; VOLUME 64 - Nº 6: Artigos originais - www.anaisdedermatologia.org.br[ligação inativa]

Ver também